25/04/2010

As Melhores Coisas do Mundo [2010]

Todas as esperanças que nasceram com Apenas o Fim foram rapidamente confirmadas com As Melhores Coisas do Mundo, de Laís Bodanzky. O terceiro filme nacional seguido que eu assisto (récorde!) é excelente e consolida a nova boa fase do cinema nacional.

A trama adolescente, em São Paulo, sem esteriótipos, moralismos e forçadas de barra é foda! Tipo, é a minha vida! E mostra como é, não é como malhação ou outros filminhos. Se Apenas o Fim retrata a geração dos anos 80/90, este retrata a minha (90/00)!

O roteiro é excelente, fala de diversos temas de modo muito bom, como sexo, festinhas, amigos, escola, família, e o principal, o amadurecimento. Não vou falar plot nem história, vou falar por que eu curti tanto esse filme, afinal, é a minha visão, não uma resenha.

O filme é muito sentimento, como as cena em que Mano (Francisco Miguez) está andando com os outros alunos em volta dele, com sons de tambores martelando sua cabeça e depois a câmera desfocando. Assim como a cena em que ele e sua Mãe (Denise Fraga) quebram os ovos na parede, muito bonita (a cena).

O irmão de Mano, Pedro (Fiuk, o Fábio Jr. Jr.) começa o filme como um adolescente sóbrio e bem resolvido, entretando, o aprofundamento em seu personagem é tanto, que com tanta complexidade se prova que não só tem ar na cabeça de um adolescente, afinal, ele era um gênio!

O que eu mais gostei nessa sequência de filmes nacionais foi a evolução. Besouro era pra ser um filme foda que ficou um lixo, Apenas o Fim é sensacional e criou uma esperança de ótimos filmes e abertura no mercado nacional, e As Melhores Coisas do Mundo é sensacional ao cubo!

Resumindo, é foda, parece um documentário de tão verídicos que são os personagens e situações, ótimas interpretações e para mim o concorrente brasileiro do Oscar 2011 (se for Segurança Nacional vou ficar puto!). Já é um clássico brasileiro, um dos melhores do ano e um dos meus favoritos!

17/04/2010

Apenas o Fim [2008]

Mais um brasileiro, dirigido por Matheus Souza, Apenas o Fim prova que o cinema no Brasil é real e que vai crescer. Ele enche a todos, a mim ao menos, de esperança por suas condições e qualidades.
Matheus Souza é um estudante da PUC-Rio, de 20 anos. Isso mesmo, ele faz cinema na faculdade e, nas férias, aproveitou as câmeras e tudo mais que a faculdade empresta (incluindo a própria como locação, já que não podiam sair de lá com o material) e criou seu primeiro longa-metragem. Provando que a bebida é a solução de tudo nessa vida, eles rifaram uma garrafa de whisky para usar de verba de produção.

Então Matheus uniu-se com seus amigos e juntos fizeram esse filmasso que é Apenas o Fim. A história é sobre um Tom (Gregório Duvivier) e Adrina (Érika Mader). Esta que encontra-o na faculdade e diz que está indo embora, e eles tinham apenas mais uma hora de relacionamento. O filme é então essa última hora dos dois juntos, conversando e se conhecendo mais do que nunca. Além disso temos uns flashbacks (no melhor estilo Lost, pois a trilha de transação é muito parecida) dos dois em um quarto também conversando.

Agora você deve pensar "Mas que porre de filme, é os cara conversando o tempo interu?!". É sim, mas os diálogos são tão inteligentes e LOTADOS de referências pop (no estilo Tarantino de ser) dos mais diversos assuntos: desenhos, filmes, música, até de sites os caras falam! Fora que os dois principais atores dão um show, Gregório criou um personagem tão real que eu achava que ele era o Matheus Souza, e que aquele roteiro era sobre coisas que ele fala normalmente. Para meu espanto ele era um ator, e o Matheus não atua no filme.

Mas quem aparece pouco também brilha, os bicho-grilo da faculdade, um mais louco que o outro, tem os momentos mais engraçados do filme. E como uma agradável surpresa, quem está lá? O ótimo Marcelo Adnet! Eu acompanho ele faz tempo, assistia 15 Minutos todo dia, vi o VMB com ele, e todos os vídeos no youtube também, ele é foda!

O roteiro é ótimo, as piadas, os comentários, os diálogos sobre tudo. Li sobre várias referências e filmes do qual Matheus se inspirou para fazer nesse estilo, sinto muito não ter visto nenhum e não ter como comentar (não vou simplesmente colar a lista aqui fingindo que eu vi, igual vários fazem). Eu me identifiquei muito com o filme, tanto na história (não pelo momento, mas pelos papos) e na parte técnica, as tomadas dentro da PUC são ótimas (todo o filme).

Mas que tudo, este filme é especial pra mim, já que quero fazer cinema na faculdade, mas tenho receio de como pode ser. Apenas o Fim mostra que é possível fazer cinema no Brasil, de altíssima qualidade e barato, basta ter "ótimas idéias e uma filmadora".

#chupaBesouro!

fade to black

11/04/2010

Produção Própria #02: Inatividade Paranormal [ATUALIZADO: VERSÂO FINAL]

Olha só, uma produção minha! Eeee! Este curta-caseiro foi feito para eu aprender a produzir, a usar a câmera, o programa de edição (chega de Windows Movie Maker!), as idéias... por isso é uma paródia do Atividade Paranomal (2009), que tem essa estética caseira e uns efeitos básicos. Não que eu o ache um grande filme, eu gostei do tema, mas ele mesmo não assusta não. Coloquei o roteiro primeiro, o vídeo está no fim do post.

O ROTEIRO:

INT - NOITE - Vão de uma porta, com sombras passando e os títulos aparecendo.

Cena 2.
INT - NOITE - Um quarto pequeno, arrumado, majoritariamente branco, a porta do quarto aberta e as luzes acesas.
Zé escreve algo do computador num papel. Ele ouve um ruído, a porta do corredor abre, a luz do corredor se apaga. Passos são ouvidos. A porta fecha. A chave que está em cima da mesa onde ele escreve levita. Zé corre.
fade out

Cena 3.
Letreiro no fundo preto "Noite #02" corta para:
INT - NOITE - mesmo quarto, escuro. Vemos a cama e um mural de fotos.
Zé se deita para dormir, temos a indicação de hora na câmera, o tempo começa a passar rápido e o vídeo fica corrido. Zé alterna várias posições durante a noite, uma mais esdrúxula que a outra. Ele levanta, ainda dormindo. Faz movimentos estranhos, dá uma reboladinha, se alonga. Cai de novo na cama.
Corta para
Créditos finais

O FILME PRONTO:

10/04/2010

Besouro [2009]

Besouro, de João Daniel Tikhomiroff, é uma produção nacional de porrada, mitologia e história. Com um belo plot de ação e coreografia de Huen Chiu Ku (o mesmo de O Tigre e o Dragão e Kill Bill!!!), ele merece o prêmio de o melhor filme já estragado.

Besouro é uma lenda da capoeira, que incitou os afro-descendentes a se rebelarem contra o coronelismo que os escravizava em plena década de '20 na Bahia (a escravidão acabou em 1888). Após a morte de seu mestre, que liderava a comunidade, Besouro é considerado culpado e difamado. Ele se afasta, prometendo vingança e continuar o que o seu mestre começou.

Vamos começar bem, igual ao filme, e avacalhamos no fim: este é um filme de ação, brasileiro! E ainda mais, combina com a nossa cultura! Não é igual à Segurança Nacional, um filme do Thiago Lacerda que nem estreou e eu já não gostei, pois é um 007 Brasileiro. Uma cópia, com um agente do serviço secreto brasileiro contra um terrorista-traficante que quer destruir a amazônia! Vê se pode? Isso é coisa de americano!

As cenas de luta de Besouro são excelentes, com direito a atores voando com cabos e luta em cima da árvore, um rock colocado de vez em quando em meio as faixas de berimbau lembra muito Matrix (mesmo com a trilha-sonora não sendo das melhores). A fotografia é excelente e o cenário, belíssimo.

Já a direção é fraca, os atores são fracos e o roteiro acaba com o filme. Cheio de buracos, idéias desconexas, falta de aprofundamento em nos três principais personagens, que não passa de um triângulo amoroso, dispensável. Como diz o Omelete, a paixão de Besouro é desnecessária. O diretor explica que todo herói precisa de uma paixão, mas não seria ela seu povo? (faço as palavras do Omelete, minhas).

"E a luta do final? É boa pelo menos?" você se pergunta. Não, não tem luta no final. Besouro só deixa sua "herança" para o povo. Cadê a porrada, mermão? Eu queria ver porrada! Todo mundo tava esperando isso! Não cara, to puto com isso! Chega:

Besouro é um filme técnicamente muito bom, lutas e tomadas excelentes. O problema está na direção indecisa (o diretor já venceu vários prêmios em Cannes, por filmes publicitários!) e especialmente, no roteiro. Mas Besouro surge como um filme ousado e uma esperança para os filmes brasileiros. Um filme que apesar de frustrante, é bonzinho. Pelo menos vale pela expectativa.

07/04/2010

Pensamento #02 - A Revolução dos Bichos

Acabei de re-ler o fantástico livro de George Orwell, A Revolução dos Bichos, publicado em 1945, é uma sátira à União Soviética (e ao Stalinismo, a corrente de pensamentos por Stálin). O livro tem muitas má-interpretações em relação à fatos históricos, além de aqui no Brasil, comigo pelo menos, é dado como leitura infanto-juvenil (eu li na 7ª série!) ou seja, para pessoas que não tem a mínima capacidade de compreender o que a obra quer dizer.

A trama começa quando o velho porco Major conta aos animais da Granja do Solar sobre um sonho que teve, no qual os animais eram livres da escravização dos humanos, quando eles são iguais e trabalham somente para si. Propôs um hino que manteria a idéia de revolução na cabeça dos bichos (Bichos da Inglaterra), pois ela poderia acontecer em um dia, um ano, dez ou com outra geração. E o velho Major morre 3 dias depois.

A revolução, contudo, veio mais cedo do que o imaginado, e liderados pelos porcos (os bichos mais inteligentes da granja), os animais expulsam o Sr. Jones da fazenda e tomam o controle. E dois porcos se destacam no comando: Bola-de-neve e Napoleão, brilhantes (talvez só Bola-de-Neve o fosse), mas nunca concordavam. E eles escrevem os 7 mandamentos, que dizem basicamente que é proibido fazer as mesmas coisas que homens (beber, dormir em camas, usar roupas, matar...).

O primeiro erro comum que todos fazem é relacionar Major à Lênin. Major na verdade é Marx, o idealizador do socialismo, que não participou da revolução. Orwell preferiu omitir Lênin da história pois naquela época não havia uma grande distinção do Leninismo e do Stalinismo, sendo muitas vezes confundido, o que causaria uma confusão no livro.

O fato de que Bola-de-Neve é Trotsky; e Napoleão, Stálin, é sabido. Pois Napoleão é contra os pensamentos de Bola-de-Neve, assim, expulsa-o da granja (num golpe, ou armação), difama-o e altera a história real (veremos mais para a frente) e toma o poder para si. Um fato que ninguém nota é que os cachorros de Napoleão representam a NKVD, a inteligência russa, mãe, ou avó, da KGB.

Várias outras relações podem ser feitas entre personagens: os cavalos, que aceitam tudo acreditando "cegamente" nos dirigentes são o proletário; o corvo que conta histórias sobre um paraíso após a morte, que mesmo desmentido pelos porcos, tem sua autorização e ainda é alimentado pelos mesmos é a Igreja Ortodoxa; a Égua que era mimada pelo Sr. Jones (O czar) é a pequena parte da burguesia, que vazou da Rússia com a revolução.

Além disso também temos eventos da URSS no livro. Como a batalha do estábulo, quando o Sr. Jones tenta retomar a granja e é expulso: Guerra Civil. Até a 2ª Guerra, quando Herr Adolph Hitler invade a rússia, faz uns danos e é expulso é claramente representada: são os vizinhos da granja que a invadem e explodem o moinho-de-vento.
E os porcos vão ficando cada vez mais absolutistas, mais parecidos com o Sr. Jones, mas sempre passando a impressão (senão convencendo) os bichos, de que tudo estava melhor. A propaganda absolutista é tamanha que eles mudam fatos que eram claros na cabeça dos bichos, como os sobre Trotsky, assim como Stálin o fez, retirando suas fotos ao lado de Lênin e se colocando no lugar.

E por fim, a reunião entre homens e porcos, onde era impossível distingui-los. Essa cena final é erradamente entendida como uma "equivalencia" entre capitalismo e comunismo. Mas, segundo Orwell, é uma referência à congregação de Teerã, quando se reuniram Churchill, Stálin e Roosevelt, primeiramente com a intenção de uma colaboração no pós-guerra, mas foi bem previsto pelo autor: acabaria com treta entre eles.

A Revolução dos Bichos é uma crítica ao "mito soviético", e Orwell queria fazer as pessoas se lembrarem do "verdadeiro socialismo", o pensado por Marx, Lênin e Trotsky. O livro é fabuloso, qualquer um que ler, gostará, seja pela história, pelos bichinhos ou pela inteligência com que foi escrita.

EXTRA POST

Existe um filme que eu ainda não vi, de 1999. Quando assistir eu completo nesse post.


02/04/2010

Totalmente Kubrick #02 - Dr. Fantástico ou: como aprendi a parar de me preocupar e amar a bomba [1964]

Esse é o nome de mais uma obra-prima de Stanley Kubrick. Seu segundo filme feito na Inglaterra (o primeiro foi Lolita) é uma adaptação do livro Alerta Vermelho, de Peter George, ex-tenente da força aérea britânica. Inicialmente o projeto era um drama-político, só que de tão absurdas situações o Mestre a transformou em uma comédia de humor-negro, onde com certeza Quentin Tarantino e os Irmãos Cohen aprenderam bastante.

Protagonizado por Peter Sellers - genial em 3 papéis completamente diferentes: o capitão da força aérea: Mandrake; o presidente dos EUA: Mr. Muffley; e o próprio Dr. Fantástico, um ex-cientista bélico do III Reich de Hitler que agora é conselheiro do presidente. Cada personagem tem vida própria e parece ter sido feito por atores diferentes. E essa vida própria se prova no braço do Dr. Fantástico, que tem, pois faz o tempo todo o Hail Hitler para o führer, quer dizer, presidente.

O filme começa começa quando o psicótico general Jack Ripper (nome em referência ao Jack Estripador) ordena o "Plano R" (R de Robert) que significa atacar nuclearmente à URSS. Motivo? Os comunistas estariam poluindo a água de todo o mundo. Enquanto Cap. Mandrake tenta impedir o Gen. Ripper (Sterling Hayden), o Presidente convoca uma reunião na "sala de guerra" com seus conselheiros, entre eles Turgidson (George C. Scott), que vê essa ocasião como uma ótima oportunidade para acabar com os soviéticos.

Para não fazer um ato de guerra e entrar para a história como o segundo maior matador em massa depois de Hitler, o Presidente Muffley chama o embaixador russo para a sala de guerra, e aí Turgidson fica mais revoltado, ataca-o acusando de ser espião, eis então que o Presidente manda a máxima "É proibido brigar na sala de guerra!". Resolvida a treta, Pres. Muffley liga para o Première Soviético, bêbado, e avisa que "sem querer" eles jogaram uma bomba no seu território, fala para ele derrubar os caças americanos até eles conseguirem entrar em contato com eles, pois o "Plano R" muda a frequência de transmissão dos mesmos, e o único que sabe o código é o Gen. Ripper.

Este, que além de cortar a comunicação dos caças com o resto do exército, diz que todos são suspeitos, inclusive quem veste a farda americana, o que causa uma guerra entre os comandados por ele e os soldados que são enviados para ver o que está acontecendo dentro de uma base yankee! O mais curioso é que estão espalhados pela base vários outdoors escritos "Peace is our job" (Paz é o nosso trabalho).
O roteiro, sensacional, é dividido em 3 frentes: a sala de guerra do presidente, a base americana onde vemos Mandrake e o Gen. Ripper, e um caça comandado pelo texano Major TJ Kong, que após duvidar da veracidade de que era para se executar o "Plano R", vai com ele até o fim, pois suas comunicações foram cortadas definitivamente (eles foram atacados, portando, danificados) e eles acreditam que a URSS realmente atacou os EUA, com uma antológica cena final.

E o Dr. Fantástico, você se pergunta. Pois é, ele não aparece tanto. Mas é fundamental, pois ele sabe que os soviéticos (o embaixador também admite isso) têm a Arma do Juízo Final. Quando qualquer bomba cair em território soviético, ela é automaticamente acionada e impossível de ser desarmada, justamente para não sofrer ataques. A radiação dessa arma ficaria na Terra por 93 anos, acabando com toda a vida. Uma clara crítica a doutrina da paz armada, em que os países se armam cada vez mais para causar receio de revide em caso de ataque do inimigo.

E é justamente aí que entra a ironia e genialidade de Kubrick: no nome do filme. Ao final, ao saber da arma do juízo final, o Dr. Fantástico (Strangelove em inglês, Estranhoamor em Portugal) diz que é possível alguns milhares de humanos viverem em minas subterrâneas onde a radiação não chegaria, por 100 anos. Seria necessário uma seleção dos mais saudáveis, manter os políticos e militares para se manter uma tradição e ordem social, além de uma relação de 10 mulheres para cada homem para repovoar o planeta, o que faz Turgidson ficar empolgadíssimo com a idéia.

Então eles param de se preocupar que o mundo vai acabar e começam a adorar! Pô, 10 mulheres para cada homem!? Que se exploda tudo! E se alguém duvidava da genialidade de Kubrick, a dúvida acaba aí. Dentre suas críticas no filme, essa é a mais foda: a libido humana.

Além disso o filme é LOTADO de ironias, a começar pelo nome dos personagens: o já citado Jack Estripador, o embaixador russo Sadesky (Marquês de Sade) e o Major TJ Kong (King Kong). O outdoor da Paz na base americana em guerra e o pensamento do Gen. Ripper. O doidão diz: água pura é fundamental para a vida, pois a Terra é constituída em maioria por ela, 70% do corpo humano é constituído por ela, e é por isso que os Soviéticos estão envenenando toda a água do planeta: eles só bebem vodka! Curioso notar que ao falar com o Presidente Muffley, o Première estava bêbado.

Antes de receber a noticia do "Plano R", os militares estavam fazendo o que nos caças, que ficavam 24h no ar perto da URSS? Jogando cartas, lendo uma playboy... playboy essa que tinha na capa a secretária de Turgidson. Ela mesma, que atende o telefone de calcinha e sutiã, no quarto do mesmo. Outra referência à libido. Além disso, curioso notar que a salvação do planeta (ou a tentativa) se dá destruindo uma máquina da Coca-Cola, mais uma crítica implícita aí?

Contudo, Kubrick não toma partido, alopra tanto os americanos quanto os soviéticos. E isso em plena Guerra Fria! Isso me lembra Chaplin em O Grande Ditador (lindo, terá um post em breve), que em plena II Guerra Mundial critica tanto Hitler quanto Mussolini (naquela altura os EUA ainda não haviam entrado na guerra). Coisa de gênio.

Em Dr. Fantástico, Kubrick faz uma das mais bem feitas críticas de todos os tempos (senão a melhor), com uma ironia fantástica. Um humor que influenciou vários grandes diretores da atualidade, como Tarantino e os Cohen. Um clássico, fantástico, assim como Kubrick, que consegue fazer filmes espetaculares em todos os gêneros: se antes falei da ficção, agora da comédia.

COMENTÁRIOS EXTRA-POST
Como todo filme do Sr. Stanley tem uma lenda, aqui vai a de Dr. Fantástico: Ronald Reagan realmente achava que existia a Sala de Guerra do filme. E ficou desapontado ao tomar posse e descobrir que era coisa do filme.

Se alguém não entendeu, explicarei o nome do filme: Dr. Fantástico ou: como eu aprendi a parar de me preocupar e amar a bomba. Dr. Strangelove (Estranhoamor, leia-se): que porra de tesão é esse em que se exploda o mundo só pra comer mais mulher? Por isso eles param de se preocupar com a bomba e começam a amá-la (os militares).

Uma coisa que terei que pensar melhor, ou alguém pode comentar pra mim: é o significado do Dr. Fantástico ficar em pé e dar passos ao final do filme. Verei de novo e adicionarei no texto lá em cima. Além disso, teriam aquelas frases na bomba ("Hi There" e "Dear John") algum sentido ou seriam mensagens aos soviéticos?
Fontes de pesquisa: Cine Players, Rapaduracast 88 - Stanley Kubrick e o próprio filme.